sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tudo tem sua razão de ser

Viver em um mundo globalizado tem suas vantagens e porque não dizer suas desvantagens também. Uma grande vantagem é que mesmo sem viajar mundo, se observarmos bem, poderemos conhecer novas civilizações. Não tão bem quanto quem vai viver em outros países, mas não seremos de todo ignorantes, quanto ao resto do mundo, suas civilizações, seu modo de vida, sua economia, sua política e assim por diante. Os erros e acertos, que o mundo vive, deveriam servir de exemplo para os outro países não caírem nos mesmos erros.
   Os japoneses foram, por muito tempo, a segunda economia do mundo. Tem se falado ultimamente da China estar desbancando esta posição do Japão. Seja como for, estão estes dois países ali no topo do desenvolvimento mundial. Não se chega a esta posição com discursos vazios, com simples vontade de também fazer parte deste desenvolvimento, insistindo em erros que nunca são corrigidos, com jeitinhos duvidosos querendo enganar o mundo e enganando à nós mesmos, com samba no pé, com deixa como está para ver como fica e assim por diante.
   Ser a segunda ou terceira economia do mundo só abaixo dos EE UU, tem sua razão de ser. Eu posso lhe garantir que não foi com discurso, com engano, com camuflagem que isto aconteceu no Japão. Conhecemos sua topografia, o tamanho do território em que vivem e as inúmeras dificuldades que o país enfrenta com ataques da natureza e até do próprio homem. Lembro-me agora de Hiroshima a destruição e sofrimento pelos quais passaram este povo, em 1945 com a bomba atômica. Já tive a oportunidade de ver a reconstrução do local. As cidades mais iluminadas do mundo vão se sentir acanhadas, com tantas luzes, tanta modernidade, tanto desenvolvimento que foi instalado no local. É a superação de um povo que não quer, nunca, baixar a cabeça diante dos ataques que o mundo lhe faz.
   Tão destruidor e assustador quanto a bomba atômica foi o terremoto seguido de tsunami que este pais sofreu à meses atrás. Viu-se o país diante de uma destruição sem precedentes em sua história. Vidas não têm preço, nem volta. Mas, pelo histórico deste país, sabemos que o que está ao alcance do povo tudo será reconstruído e ficará ainda melhor do que era.
   Tive a oportunidade de ouvir um relato de nossa conterrânea Regina Neder que estava no país na época do acontecido. “-Para nós que não sabemos o que é um tremor de terra, é tudo muito assustador. Lá terremotos acontecem quase que diariamente. As pessoas já se acostumaram à esta situação. Do modo, porém que foi este terremoto seguido de tsunami, numa destruição tamanha, que mesmo estando preparados, numa sofisticada proteção ímpar, o referido abalo não se conteve e chegou destruindo tudo que encontrou pela frente. E como se terremoto e tsunami não fossem suficientes a usina nuclear de Fucushima, até hoje, é uma grande preocupação, para japoneses e para o mundo. Na primeira semana depois do acontecido, as estradas já estavam sendo reconstruídas. Apesar do momento difícil a população não estava satisfeita, e reclamando do asfalto de tonalidade diferente que estava sendo colocado, porque parte foi aproveitada. Era preciso fazer e fazer da melhor maneira possível. A busca pela perfeição, pelo melhor, pelo bem feito é uma constante no povo. Se a população não está satisfeita, reclama e o governo tem que atender. Há um mês atrás, já estavam reconstruídas 150 casas. O governo é acionado, a todo instante, com exigências para exercer seu papel de cuidar, da melhor maneira da população, no que ele não pode falhar nunca.”
    Todo este acontecido nos dá um belo exemplo de como esta civilização tem um modo superior de passar por problemas. Muito já se sabe das qualidades operosas, construtivas, inteligente, sem alaridos, que a civilização japonesa tem para construir seu país. Com esta tragédia ficou evidenciado para o mundo seu modo de ser, dando nos melhor entendimento e compreensão do por que o Japão e os japoneses são o que são.

Wanda, maio de 2011.



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