sexta-feira, 13 de maio de 2011

Na busca pela perfeição

Tive uma professora que sempre dizia: ”Tudo que merece ser feito, merece ser bem feito”. Na busca para alcançar o bem feito, a perfeição, nos deparamos com exigências cada vez maiores. Isso acontece em todas as áreas de nossa vida. A todo o momento somos convidados a buscar a perfeição, a renovar, correndo o risco de, se não agirmos, sermos atropelados. Buscamos uma perfeição que nunca se extingue. Sempre haverá algo mais perfeito a se alcançar. Esta busca pelo melhor, nas mais diversas áreas, este anseio pelo perfeito, pelo belo, está cravado no peito, ou melhor, na mente de cada pessoa, que busca o bem, para a vida humana. É uma busca que exige sacrifício, interesse, perseverança, disponibilidade e inteligência. Tudo deveria ser feito com humildade e com o objetivo único de melhorar a vida do ser humano. Estou me referindo às descobertas científicas que nos conservam a vida saudável. Estou pensando em produtos que facilitam nosso dia a dia. Estou pensando em nosso maior e mais perfeito saber. Para tudo estamos descobrindo, descortinando um arsenal de produtos, modos e métodos perfeitos que nos são oferecidos, para sempre melhorarmos nisto, ou naquilo. A cada minuto inúmeras descobertas são realizadas sempre com o propósito de buscar a perfeição e a melhor condição de vida do ser humano.
   Para ser bem prática vamos pensar juntos: nossa manhã deve ser aproveitada com exercícios muito bem executados, depois de um café da manhã com tudo muito bem balanceado. Até chegarmos aí já percorremos um grande número de novidades na higiene matinal, na alimentação, nas vestimentas e etc...etc...etc... E assim segue o dia. A cada momento uma sequência de modos mais perfeitos de se manter vivo. No trabalho então, as exigências são cada vez maiores. Quantos cursos quanta exigência para quem quer exercer uma profissão. Se não se faz sempre novos cursos para atualizações, vai aparecer sempre alguém, que tenha feito e nosso emprego estará ameaçado. É a busca da perfeição!
   Lembro-me de como pessoas dedicadas à educação, fizeram-se verdadeiros mestres, sábios, com um caráter bem formado e uma cultura especial. Dedicavam-se à seus alunos conscientes de que estavam realizando uma das mais importantes atividades: a formação de um ser humano. Realizavam atos de verdadeira abnegação de vida, pelo bem de outros. Se contássemos esses atos, hoje, seria motivo de chacota para professores e alunos. Era um tempo em que o caráter, a integridade, a ética das pessoas tinha um valor maior no momento de sua contratação. Mesmo porque não se tina muitos cursos a fazer.
   Lembro-me de como se dispunham da profissão da medicina para minimizar o sofrimento das pessoas e devolver-lhes a vida saudável. Eram os médicos, verdadeiros colaboradores de Deus, na face da terra. Era na realidade a profissão do servir ao semelhante, com total abnegação, mesmo porque, não se tinha muita coisa mais a fazer.
   Lembro-me de como as pessoas resguardavam a saúde sem tantos conhecimentos e mania coletiva. Lembro-me de como era agradável a prática do esporte pelo prazer de competir, sem exageros ou espetáculos, “espetaculosos”, que endeusam o homem. Vamos pensar nas muitas e exageras competições que assistimos hoje e no que resultou a busca pela perfeição na vida saudável e nos esportes.
E a justiça, que é o ponto de equilíbrio da sociedade, era exercida por magistrados experientes, cultos, com um conhecimento que lhe outorgava a confiança de toda a comunidade. Seu exemplo de vida era irrepreensível, baseado sempre em princípios cristãos, com vencimentos compatíveis com a realidade do momento que se estava vivendo. Aqui também vale lembrar que, crimes “espetaculosos” eram poucos e sem divulgação. Ouvi falar, durante anos, de “Menegueti” sem nunca ter visto a sua imagem e o crime por ele praticado era raro.
   Comento ao encerrar a lembrança dos políticos passados, que voluntariamente, colocavam seu tempo e até seus bens a serviço da comunidade. Todos se beneficiavam com a melhoria das comunidades. O bem comum era preservado. Nunca se falava em fazer algo para receber votos em troca. Totalmente opostos ao que se conhece por classe política em nossos dias. O colégio Bárbara Heliodora foi construído em terreno doado por políticos da cidade, que desejavam a melhoria do bairro. Eu, pessoalmente, já ouvi, de outros políticos, comentários maliciosos a respeito desta doação. Eram atos que serviriam de chacota e piada nos dias de hoje.

Lembrança é sinal de boa memória?
É sinal do tempo que passou?
É para se fazer observações que incomodam?
O que me lembro, observo e comparo, me faz refletir sobre a mudança, que busca a perfeição, encontrada nas mais diversas áreas. No ser humano, porém, quanto a seu altruísmo, seu caráter, sua vida moral me pergunto, qual foi seu crescimento pessoal? Qual foi sua busca pela perfeição de si mesmo?

Wanda. Maio 2011

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