quarta-feira, 11 de maio de 2011

Elogie do jeito certo

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de meia dificuldade, que elas executariam, contudo, sem grandes problemas. Todas conseguiriam terminar as tarefas depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.
O grupo A foi elogiado quanto à inteligência...”Uau como você é inteligente!” “que esperta você é!”, “Menino que orgulho de ver quanto você é genial!”... E outros elogios relacionados com a capacidade de cada criança.
O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina gostei de ver o quanto você se esforçou nesta tarefa!” “Menino que legal ter visto seu esforço!” “Uau que persistência você demonstrou?!” “Tentou, tentou até conseguir muito bem!” E outros elogios relacionados ao trabalho em si e não à criança em si.
Depois desta fase uma nova tarefa de atividades foi proposta aos dois grupos de crianças. Aqui elas não seriam obrigadas a cumprir a tarefa, mas podiam escolher se queriam ou não sem qualquer tipo de conseqüência. As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A recusou a tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender nossos filhos e alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isto poderia mudar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir eles não vão mais dizer que sou inteligente.” As “esforçadas” não ficam com medo de tentar,pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes que não passam no vestibular, enquanto aqueles jovens médios obtêm a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e justamente por isso, leram e aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.
No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, com enfoque apenas no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se se faz elogios feedbeks e incentivo ao comportamento esperado. Nossos filhos precisam ouvir frases como:”Que bom que você o ajudou você tem um bom coração.””Parabéns, meu filho, por ter dito a verdade apesar de estar com medo...você é ético.””Filho fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de te-la excluído, como algumas de suas colegas o fizeram...você é solidária.”,”Isso mesmo filho; deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo.” Elogios deste tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança, que tenderá a repetí-los. Isso não é tática paterna é incentivo rela.

Autor: Marcos Meier- Mestre em educação, psicólogo, professor de matemática, especialista da mediação da aprendizagem, em Jerusalém.

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