quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que é ser importante

Existem dois sentimentos distorcidos que atrapalham a vida das pessoas fazendo-as infelizes e que não precisavam existir. -É coisa de sua cabeça! É uma frase que ouvimos dizer sempre. Realmente nossa cabeça nos interpela sempre com pensamentos indevidos. Devemos estar atentos para não aceitar seu jugo enganoso. O engano mais desastroso da história foi o da maçã que repercute até os dias de hoje trazendo-nos inúmeras complicações e causando a infelicidade da humanidade. O que gostaria de ressaltar aqui agora é o sentimento de inferioridade e o de superioridade que as pessoas levam muitas vezes pela vida toda. São dois sentimentos inúteis que muito nos atormentam. Muitas pessoas movidas pelo sentimento de inferioridade trazem dentro de si uma revolta que se reflete em seus atos mais disfarçados... Outras pessoas com ou sem motivo se julgam superiores, mais importantes que outras e isto se reflete em seu olhar, em seu falar, nos constantes atos de desprezo à seus semelhantes. Estas distorções levaram-me a refletir...

O que é ser importante? O importante nesta vida não é sermos importantes. O que importa e, portanto é importante, é ocuparmos o nosso lugar no contexto de nossa realidade. Quando estamos inseridos em nossa realidade damos o verdadeiro sentido à vida encontraremos a felicidade e faremos outros felizes. Subtraindo-nos de nossa missão de nosso espaço no mundo vamos produzir um vazio que não fará bem para míngüem. É o nosso espaço de tempo e lugar que só nós poderemos ocupar. Isto está parecendo um problema de física. E é. Este problema só existe porque nós existimos. É a nossa estória sendo escrita. Isso é o que importa, isso é o que interessa isso é o que é importante...

O chefe: de estado, de governo, de família, de sessão, da firma, o médico, o jurista, o delegado, o professor, seja lá do que for só serão importantes quando ocuparem devidamente seus lugares na sociedade. Quando cada um de nós faz acontecer a sua história desempenhando devidamente seu papel, não podemos dizer que este é mais importante que aquele. O lixeiro que não tira o lixo não é importante a cozinheira que não cozinha não tem seu valor, a lavadeira que não lava as poupas não pode ser útil para nada. O mesmo diria do médico que não atende devidamente seus doentes é inútil, o professor que não ministra saber para seus alunos é dispensável... Quando cada um de nós executa com precisão aquilo que propomos na sociedade, não poderemos dizer que este é mais importante que aquele porque a máquina da vida a sociedade se move com a participação de todos. Vou me colocar de outra forma para que haja uma sociedade equilibrada a engrenagem social deverá se movimentar em todos os sentidos preenchendo todas as áreas de nossa vida. Isso parece uma utopia mas é para isso que todas as comunidades deveriam trabalhar, assim como os governos.

Um hospital que não atende os doentes no momento de necessidade é um elefante enorme que só dá despesas mais nada. As reclamações aqui como nos diversos pontos do país são as mesmas: doentes fragilizados, profissionais negligentes, a máquina da saúde desestruturada. Isto resulta em uma população sofrida e revoltada. Até bem pouco tempo ouvia-se dizer com orgulho que nossa cidade possuía um hospital com zero de infecção hospitalar. Descobriu-se em seguida que o movimento sendo transferido para as cidades vizinhas é que ocasionava este fato. Repentinamente começa-se a ouvir reclamações de nosso hospital de um lado, de outro e não se sabe o que está realmente acontecendo. Não ocupar o seu lugar na comunidade não o faz importante. Causa revolta e desequilibre a engrenagem de vida de nosso povo.

Uma escola que não cumpre seu papel, com alunos relapsos e mestres descuidados, diretor omisso, onde a missão de ministrar saber é esquecida, torna-se um aglomerado de pessoas que vão contribuir fortemente para o atraso do país. Esta escola é dispensável e vai causar uma lacuna na sociedade em que ela está inserida. Esta escola não é importante.

A igreja que não se preocupa em mostrar o caminho da salvação deixando que seus adeptos se percam na caminhada, sem ser despertado para buscar o reino dos céus, não cumpre seu papel. Não é importante. Todo fiel deve estar consciente de que alcançar o reino de Deus é o que ele tem de mais importante a conquistar ao longo da vida. Uma igreja que se omite de mostrar o caminho para seus fiéis não serve para nada. Não é importante.

Ocupar os hospitais, as prefeituras, as câmaras, as escolas, os fóruns, da cidade só para parecer importante, sem desempenhar o papel a que nos propomos é criar um vácuo na sociedade, no mínimo problemático, com estragos para a vida humana muitas vezes irreversível. Nossa importância neste caso é zero.

Assumir, desempenhar e amar a posição que ocupamos na vida, nos faz felizes e promove a felicidade de todos a nosso redor. Isto é chique! È importante! Nos torna importante! É algo de muito importante a exercitar a cada dia.

Wanda. Outubro de 2010

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