quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O mundo não pode parar



Curiosa e antenada, como minhas filhas dizem que sou, me propus a descobrir o que   minha neta queria dizer , quando pelo telefone, comentou que nós, aqui no Brasil, não nos preocupamos com o que os americanos estão se preocupando, hoje em dia. De fato cada sociedade se preocupa com o que é de sua necessidade atual. Ela está morando há alguns meses na América. Lá se comenta muito a respeito do final dos tempos. Cria-se um suspense e uma insegurança generalizada, baseada especialmente na dificuldade econômica em que estão vivendo.
Fiquei por alguns dias ligando os fatos, ouvindo programas de jornalistas que vivem na América. Acho que estou começando a perceber o que ela queria dizer. É bem diferente da mensagem bíblica que nos indica a volta de Jesus, que traz esperança e alegria para aqueles que o esperam.
No programa Milênium da Tv Globo News, Jorge Pontual entrevistou o escritor australiano Paul Gilding. Passeando por uma Times Squaire quase vazia depois da catástrofe da passagem da tempestade Sandy, o escritor comenta sobre o seu livro “O grande acordo”e diz: “Isso aqui ainda não é o fim. Ainda há uma esperança. As sociedades precisam se reorganizar para uma nova ordem mundial.” As citações e os raciocínios do escritor pareciam tornar-se reais ali naquele lugar, naquele momento.
Só para entendermos vou lembrar alguns pontos:
- Times Squaire está para o mundo assim como a 25 de março, em São Paulo, está para os brasileiros. Lá tudo acontece em 24 horas em uma agitação sem limites. O sonho do mundo, ávido em consumir se realiza ali. Está erradicado naquele lugar.O coração econômico mundial bate forte na Times Squaire. Isso satisfaz a alma humana, ao mesmo tempo em que provoca grandes abismos na humanidade. Muitas civilizações, pelo mundo, gritam por um pedaço de pão, ou por necessidades básicas, para viver.
- O mundo se espelha na América, para criar seu projeto de desenvolvimento. Está lá o desenvolvimento que o mundo almeja. O nível econômico muito superior a tudo que conhecemos, permiti o vício do consumismo.
São estes os pontos que, relatando por alto, diz o escritor a que me referi :
“É preciso que se reinventem um novo modo de se desenvolver. Todos aqueles que se espelharem na América, para seu desenvolvimento, saibam que um dia vão chegar ao topo deste desenvolvimento e irremediavelmente vão despencar. A América chegou ao topo do desenvolvimento e agora não sabe para onde ir. É mito difícil ver uma Times Squaire como vemos normalmente e achar que um dia terá que ser diferente. É muito difícil ter uma vida de muitas posses e bens e se chegar a conclusão de que se deve mudar. É difícil pensar que o que existe no mundo é para seus habitantes, de um modo geral, e não para alguns somente.
Chegar ao topo do desenvolvimento de uma sociedade democrática, globalizada e equilibrada, nunca, nos vai fazer pensar em despencar, mas acontece. É preciso reinventar o desenvolvimento e isso é um ponto desagradável que ninguém quer pensar.”
Hoje Times Squaire está diferente: vazia, sem movimento, a economia parada, as luzes apagadas. Todos comentam em redes sociais, em toda parte: "Não seria o momento para se repensar os rumos que estamos dando para a nossa economia?" A economia da América no caso. Esta é a sensação de final dos tempos, que paira no ar.
Foi preciso uma tempestade tão catastrófica, para que o assunto reestruturar começasse a circular naquela sociedade, para que se pense em uma sociedade menos consumista, menos globalizada. Que cada um comece a produzir aquilo que consome. Que o ser humano seja visto com direitos iguais. Todos possamos participar das memas regalias como  passageiros do mesmo barco.
O escritor Paul Gilding e sua família vivem em uma propriedade rural, totalmente preservada, na Austrália. Produz muito do que consome. Vive o que receita para todos os seus leitores:
- Vida simples, crie laços de amizade e familiares. A ilusão dos grandes centros altamente consumidores, de tudo que existe no planeta, vai ter que repensar esta vida de alto consumo, para alguns apenas, e vai chegar a um novo começo que reestrutura a economia atual.
                                                                   Wanda. 31 outubro de 2012

Um comentário:

  1. Oi vo!!
    Bem observado...
    Para entender o consumismo desenfreado deste pais, o endeusamento do dinheiro pode se observar sim a time square. No entanto a falta de consciencia do cidadao norte americano sente se vivendo aqui. Todos tao imersos nesse mundo de futilidades que deixam passar o verdadeiro sentido da vida. O valor aqui eh ter dinheiro, por isso se apegar em mentiras e historias construidas pela midia eh tao facil...
    A chegada do Sandy fez com q esgotasse agua e suprimentos basicos em muitas lojas, em vao... mas poucos foram o que oraram e procuraram refugio no Senhor, ate nessa hora o consumismo vence! Triste!!!

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