Assim como o ar que respiramos, estamos rodeados de modos de nos instruir por todos os lados. Seja o grande número de escolas, as bibliotecas públicas ou na própria escola. Seja a internet e diria até a tão criticada televisão, se procurarmos vamos encontrar programas instrutivos, especialmente os canais por assinatura. Digo isto por experiência. Há de se lembrar que sou essencialmente da era da TV. A informática aconteceu, em minha vida, por acaso e muito limitada.
Assisto programas bem interessantes, nos canais de TV à cabo. Eles me trazem muita informação e nos põe a par do que se passa no mundo hoje, em diversas áreas. Com as informações ali captadas e um pouco de raciocínio, seremos capazes de termos informações, que nos liberte da ignorância, nos dê asas para voar. Em certos assuntos, poderemos tirar conclusões acertadas a respeito da política, por exemplo, e não deixarmos ser enganados. Em fim teremos a chance de nos tornar cidadãos informados e úteis, conscientes de nossos direitos e deveres.
Chamou-me a atenção, semana passada, uma entrevista feita com um jovem engenheiro francês, que veio trabalhar, na área de petróleo, na bacia de Campos. Como na Europa os empregos estão escassos, muitos profissionais de diversas áreas, decidiram aventurar em nosso país, que se acha na situação inversa. A este jovem engenheiro foram feitas diversas perguntas, algumas até bem indiscretas. Consegui, nas entrelinhas, fazer algumas comparações entre o lá e o cá.
- Jovem engenheiro, o que você acha da formação de nossos engenheiros, seus colegas?
Acanhado e com um sorriso quase crítico, pode-se perceber que aquele profissional, apesar de jovem e de não dominar a língua, já havia percebido a nossa deficiência educacional. Ele foi muito discreto, mas respondeu... Não falou, abertamente, mas pode-se perceber no olhar e no sorriso.
Jovem engenheiro- O que você mais estranha por aqui?
- Minha cidade é pequena, mas é tão bonita... A parte cultural é tão desenvolvida... Muitas opções de lazer...
Fique imaginando se esse jovem embrenhar por este Brasilzão e começar a fazer as comparações, que são inevitáveis. Meu Deus! E a nossa cidade?
Sim o sertão anda anos luz distante da civilização das grandes metrópoles e as grandes metrópoles, por sua vez, estão anos luz distantes da civilização européia ou americana.
Pude tirar algumas conclusões, que muitos as tiram de outro modo:
Saímos da penúria em que estávamos, há alguns anos, mas estamos longe de sermos um país civilizado.
O desenvolvimento econômico, por si só, não fará deste país, um pais civilizado.
Tanto alunos como professores estão despreparados para uma educação de nível elevado.
A cultura que está entranhada no povo é muito antiga e enraizada, dificilmente e não sem esforço, poderá ser substituída( estou me referindo ao comodismo, displicência, falta de empenho) .
500 anos de existência é muito pouco para se formar um povo, não sei se esta é uma desculpa, mas... (Os americanos se fizeram neste tempo)
- O entusiasmo de alguns governantes não é o bastante, para fazer da nação uma nação desenvolvida.
Wanda, março 2012
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