sábado, 10 de setembro de 2011

Uma Paixão matemática - É muita criatividade

”Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
     Olhou-a com seu olhar inumerável
     E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.
     Fez da sua
     Uma vida
     Paralela a dela.
Até que se encontraram
No Infinito.
     "Quem és tu?" indagou ele
      Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
     E de falarem descobriram que eram
     - O que, em aritmética, corresponde
      A alma irmãs -
     Primos-entre-si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
     Numa sexta potenciação
     Traçando
     Ao sabor do momento
     E da paixão
     Retas, curvas, círculos e linhas senoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
     Romperam convenções newtonianas
     e pitagóricas.
     E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
     Convidaram para padrinhos
     O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
     E se casaram e tiveram
     uma secante e três cones
     Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
     Freqüentador de Círculos Concêntricos.
     Viciosos.
     Ofereceu-lhe, a ela,
     Uma Grandeza Absoluta,
     E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
     Era o Triângulo,
     Tanto chamado amoroso.
     Desse problema ela era a fração
     Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a
Relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade
     Como aliás, em
 qualquer
     Sociedade."
- Millor Fernandes -


Nenhum comentário:

Postar um comentário