sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Os dois lados da moeda



Vemos aqui dois pavilhões do Caique, mas não são os únicos. 

Em tudo na vida existe “os dois lados da moeda”. São os famosos antônimos. Convivemos com o muito e o pouco, com o grande e o pequeno, com o bem e o mal... Poderia enumerar páginas de palavras antônimas. Vou deter-me, porém, no bem e no mal. O mal é sempre de grande repercussão, muito alarmante e inquietante. Ao contrário, o bem é silencioso, de pequena divulgação e interesse contudo é tranqüilizante, promove a paz e traz esperança. Estou dizendo isto para justificar os dois momentos que vivem a nossa sociedade. Vou primeiramente dar espaço para o bem.
Caique é uma das boas escolas do município. Está situada em um bairro de extrema dificuldade. Há bem pouco tempo oferecia poucas oportunidades de integração social à seus moradores. Para quem viu uma escola com classe funcionando dentro da igreja e um puxado no fundo, este Caique é mesmo um educandário no verdadeiro sentido da palavra. Voltei de uma entrevista, que fui convidada a dar nesta escola, com esperança de um novo tempo para todos. Tempo de ascensão para uma sociedade que, dês da época da fundação de nossa cidade, dos tempos da mineração (e isto quer dizer 250 anos), têm uma exclusão social que nos envergonha. 
Por já ter trabalhado na área de assistência social, há algum tempo,  pude estabelecer a diferença entre o trabalho voluntário que fazíamos e o trabalho realizado, hoje, especialmente por este estabelecimento de ensino. A constatação não é só pelo que vi no momento, mas pelo que venho observando há algum tempo, na conversa com pessoas do bairro, na movimentação dos jovens, na aparência das moradias e do próprio bairro de um modo geral.
O Bairro Nossa Senhora Aparecida era onde realizávamos um trabalho de assistência social intenso. O S.O.S. a entidade a que pertencíamos, naquele momento, fazia um movimento de muita relevância. Hoje já não seria tanto. Tudo era feito com muita dificuldade e limitação, por se tratar de trabalho voluntário. Ressalto, porém, a disponibilidade e dedicação das pessoas que juntas fizemos o S.O.S. acontecer. O tipo de trabalho hoje é outro. Tanto é que a entidade cessou suas atividades no município. Cessou suas atividades, mas precisa ficar registrada na história.
O modelo atual envolve as diversas áreas do governo que, menos do que devia, mais do que na época de nossa atuação, da uma contribuição marcante. Com isso a escola tem uma inserção muito mais abrangente e eficaz. Mais do que levar educação, levam atendimento médico, dentário, alimentar e uma integração entre pais e escola. Na convivência com pessoas do bairro especialmente os jovens podemos perceber a vontade de buscar uma formação profissional, vontade de ser alguém na vida. Estão descortinando um futuro que há bem pouco tempo lhes era negado. Percebe-se: o despertar do interesse pela leitura, o entrosamento entre família e escola, a ausência da vergonhosa fome, que muitos passaram, o acesso a muitos meios de comunicação, inclusive a internet o que é de relevada importância.
Sinto que um novo tempo está nascendo para o nosso povo e, quem dera, para todos os brasileirinhos e brasileirinhas, que estão despontando em nosso país. Que um novo país possa surgir com melhores oportunidades e muitas chances, para todas as pessoas de boa vontade.
Este é um dos lados da moeda. Amanhã posto o outro.                
Wanda. 24/08/11

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