sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Escrevendo a história

Fico satisfeita de saber que algumas pessoas começam a se interessar pela história da cidade. Já fomos, de muitas maneiras, prejudicados pelo desinteresse que tivemos do nosso passado. Poucas cidades em nosso estado, ou poderia dizer em nosso país, tiveram uma história tão rica e movimentada como foi a nossa. Quase tudo foi jogado ao léu, como se passado não tivéssemos. O resultado acabou sendo: ficarmos na obscuridade, não pertencer tão ricamente à relação das históricas cidades de Minas. Isso pela:
·        Destruição de nossos antigos casarões, que foram aqui construídos na época da intensa atividade aurífera.
·        A falta de museus que abrigassem as relíquias dessa história é outro ponto crucial.
·       A história contada e escrita poderia ser muito mais rica se tivéssemos tido a curiosidade de buscar e registrar esta história.  
São estes pontos fundamentais para trazer á memória o passado e não deixá-lo em branco, como se não tivesse existido. Casarões, construções ricas em detalhes contam a história, museus nos arremetem ao passado imaginando como tudo aconteceu antes de existirmos... a curiosidade e o registro escrito, confirmam o que nossa vista registrou ao visitarmos e vermos construções e museus.
Não podemos, porém ficar “chorando o leite derramado”. O tempo passou. Devemos nos conscientizar que as coisas não aconteceram como deveriam, mas que sempre há um recomeço. Daqui para frente poderemos fazer as coisas acontecerem.
Fui convidada a participar de uma homenagem que os moradores do bairro do Rosário fizeram às pessoas que, durante os 203 anos de existência da Igreja do Rosário, foram colaboradoras e mantenedoras desta história. Surpreendeu-me a igreja cheia e as pessoas interessadas nos relatos históricos, ali expostos.
As pessoas ali lembradas e homenageadas foram entre antepassados e atuais: 
·        Américo Bueno da Costa
·        Senador Manoel Alves de Lemos
·        Capitão de mar e guerra Carlos Alberto da Rocha
·        Sr João Flora
·        Alfredinho
·        Fernando Avelino
·        Sr. João Rodrigues (João Flora filho)
·        Manoel Gregório de Oliveira
·        Sr. Rui Feital de Lemos
·        Prof. Elza Rodrigues
·        Francisco Rufino
·        José Benedito de Paiva
·        Mundico
·        Arnaldo Rufino
·        Prof. Mª Teresa L. Dias de Sousa
·        Lourival Presses
·        Francisco Ribeiro Pereira
·        Prof. Kelle Cristiane Balestra
·        Dr. Renilda Ferreira dos Santos
·        Dr. Osvaldo Henrique Vilela Santos
·        Prof. Mª Aparecida Rodrigues
·        Dimas Belarmino
Outros colaboradores atuais formam uma respeitável diretoria, além de colaboradores anônimos.
É com a formação de núcleos assim, em diversos bairros da cidade, que poderemos resgatar a história. Não só isso, mas também escrever nossa história atual. Escrever uma história dando dignidade ao ser humano. Ressalto nossas inúmeras necessidades como ser humano vivenciadas hoje:
Ø Formação núcleos que trabalhem para proteger e formar nossos jovens, que hoje estão expostos às inúmeras opções desastrosas que o mundo oferece.  Complementando o que as escolas já fazem.
Ø Criação opções de trabalho digno, nos diversos cantos da cidade. Trabalho que exige criatividade e dedicação, mas funciona.
Ø Criação de oportunidades de realização e satisfação no lugar onde vivem, não só no trabalho, mas no esporte, no lazer e na cultura o que nos faz criar raízes.
Ø Promoção da melhor aparência dos bairros com mutirões de limpeza e criando espaços agradáveis de convivência. Trazendo orgulho para seus moradores.
Tudo começa com o primeiro passo. É só ver alguém dando um passo que minha veia idealista e sonhadora se enche de esperança. É assim que acontecemos hoje. É assim que fazemos história. Para termos nosso nome escrito no livro dos que passaram servindo a comunidade vai precisar de um pouco de dedicação desinteressada de nossa parte. É trabalhoso? É!!! Principalmente quando se tem uma atuação tão fraca da comunidade, como nos dias de hoje. O começo de todas as coisas é sempre mais difícil. Se não quisermos ver a violência dos grandes centros invadindo ainda mais nossos espaços, levando nossos jovens, urge que comecemos a trabalhar neste sentido.
Participar ou não da história, ambos tem seu preço. O preço de não participar, não fazer hitória, estamos colhendo hoje. e sabemos que é frustrante. O preço de fazer história, com suas exigências, sempre será compensador. 
Gostaria de registrar aqui além dos nomes citados, a atuação quase que isolada, de nossa querida conterrânea “Vanuza Eugênio” que contribuiu para a criação da biblioteca do Novo Horizonte. A comunidade pode se orgulhar do espaço que serve de crescimento da cultura, não só para seu bairro, mas para toda a cidade. Seu dinamismo precisa contagiar algumas pessoas e assim a história da cidade se escreverá de outra forma. Vale a pena não passar em branco, como se não tivéssemos existido.
“Aconteça hoje para que tenhamos história amanhã.”
                                                  Wanda. Agosto de 2011.

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