sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cora Cara sem vergonha

Ricardo Boechat é um renomado jornalista que, entre outras atividades, apresenta o jornal da TV Bandeirantes no horário nobre. O comentário dele, sobre a política em nosso país, há alguns dias, no programa da Hebe, da Rede TV, foi o seguinte: “O preparo do brasileiro é deficiente em todas as áreas, deixando muito a desejar. Falava do reparo feito com os profissionais de nosso país, nas diversas áreas, seja na área da medicina, jurídica, empresarial, etc. Em tudo somos mal preparados, nada se compara, porém, ao que se refere à deficiência, o despreparo da classe política. Somos totalmente despreparados para exercer esta profissão e a democracia.”
Um cidadão conhecido da mídia, comentou há dias o seguinte: “O povo brasileiro é capaz de reunir  milhões de evangélicos, para expor a fé que os move. Outros milhões para expor sua sexualidade e exigir aceitação dessa sexualidade indefinida. Outros milhões fazem passeatas em favor da liberação da maconha, mesmo sendo constatado, a cada dia, a destruição social que ela está alavancando. Porém, somos incapazes  de nos reunir, para mostra a justa indignação, que deveríamos ter, pela exacerbada corrupção, que se instalou no país, em todas as esferas governamentais.
Em meio a tudo isto vem a notícia: “O número de candidatos ao legislativo vai aumentar.”  Qual a intenção deste ato? Qual a reação do povo?
Quando li ontem um e-mail do Pe. Orivaldo Robles, da cidade de Maringá, percebi que ele estava com os mesmos sentimentos que me afloraram,  quando li a notícia à cima, e que este deveria ser o sentimento que todo cidadão consciente, em nosso país, manifestasse ao tomar conhecimento de tal notícia.
Será que ao assinar esta lei os encarregados estavam pensando no desenvolvimento que poderiam trazer para cidades e cidadãos? Ou talvez, na maior representatividade que os municípios terão nas câmaras (é o que dizem)? Qual é o tipo que representação que estamos tendo? A população sente a falta de maior representatividade nas câmaras? Os municípios terão verbas para este aumento considerável de gastos? Quantas vezes a população solicita ajuda e ouve a frase: “Não temos verbas!” É isso que o povo precisa, pode e quer?
Porque não se empenham em uma modificação verdadeira, com objetivos e ações concretas, em vista ao real sentido da política que é o de cuidar e melhorar a vida do cidadão?
Porque não exigir candidatos mais preparados, com nível de escolaridade maior, diria curso superior, se possível. Ao invés de nivelar por baixo, porque não incentivar um grau de estudo maior, para toda população? Para tudo exige-se preparo acadêmico, porque só para políticos não? Não estamos conscientes de que o país precisa focar o seu desenvolvimento na melhoria da educação? Se estamos realmente conscientes dessa necessidade, porque as câmaras se manteriam blindadas à este respeito? E não é só quanto a este ponto, que elas se mantém blindadas. Porque a lei da ficha limpa não passou e não se estendeu à todo país? Isto sim ocasionaria uma grande limpeza “na casa”. E essa imunidade parlamentar vergonhosa? Porque a permissão e exigência de votos para todos? Encobrem aí uma falsa democracia, onde pessoas ignorantes e incapazes, para coisas muito mais simples, são obrigadas a votar. O resultado dessa democracia é uma alavanche de votos inconseqüentes. A conseqüência é uma representatividade despreparada, munida de interesse particular. A democracia que propõe o país, sem o mínimo de exigência, resulta em: mau uso da máquina governamental, falta de planejamento, gastos indevidos e inconseqüentes, sofrimento da população... Uma verdadeira “farra” com o dinheiro do povo
Hoje, o que vemos é uma sociedade carente que, ao receber um benefício reverte em voto, para o autor do benefício. O candidato, este sim, está o tempo todo, trabalhando em favor de sua reeleição.
Ninguém parece querer quebrar este círculo vicioso: “Vamos deixar como está para ver como fica. Não vamos nos envolver mais que o simples dar nosso voto, para pagar algum favor recebido ou para ficar bem com a justiça.” Forma-se aí o grande circo, onde o espetáculo pode acontecer, ou não, e onde a plateia nem sabe a que veio.
É o festival da “cultura brasileira” que, a bem da democracia, nos aprisiona nos níveis mais indesejados da ignorância. A reforma política, que hà muito já deveria ter sido feita, é "empurrada com a barriga", como se tivéssemos em uma democracia perfeita...
                                                                 Wanda. 28/07/11
                         

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