domingo, 16 de janeiro de 2011

Promessas para o Ano Novo

Recebi um e-mail de uma amiga, comentários de escritores famosos a respeito da importância ou não de se ler, inserido em um artigo da escritora Eliane Brun, da revista Época. O título é: A literatura é capaz de mudar o seu mundo? Após ter lido fiquei com dúvida e ao mesmo tempo com certezas de que ler é um hábito bom que temos que adquirir ou não. Que a leitura pode transformar as pessoas, ou não. Escritor famoso é assim mesmo, fala e não fala, concorda e discorda é, mas não é.

Mas, como “cada cabeça uma sentença”, vou expor a minha sentença aqui. Pelas minhas certezas e incertezas depois de ler o texto, pude imaginar o quanto somos influenciados por aquilo que lemos e com possibilidades reais de mudanças no interior e exterior de nós mesmos.

Transcrevo aqui um pequeno trecho do referido texto, fala o que acredito e vale a pena repetir:

Os livros precisam deixar de ser sagrados e virar matérias das ruas, tocados por muitas mãos, marcados por lágrimas, suor e gordura. Antes de iniciar a leitura, é preciso apalpar, cheirar, bolinar o objeto que contém a história – ainda que isso seja feito virtualmente. É importante perder o medo dos livros, um excessivo respeito. Incinerar para todo o sempre a ideia de que a literatura é território restrito dos que supostamente sabem mais e torná-la matéria permanente das nossas vidas. Espécie de feijão e arroz da alma. Talvez a gente nunca saiba se a literatura é capaz de transformar o vasto mundo de fora. Mas podemos nos arriscar a descobrir – e esta é uma tarefa pessoal e intransferível – se a literatura é capaz de transformar o nosso mundo. O meu, o seu. Acredito profundamente que sim. Se tivermos a coragem de tentar, o mundo de dentro vai se alargar. E andaremos por aí carregando nosso próprio horizonte.

Nós brasileiros precisamos nos acostumar a falar de livros, comprar livros, presentear com livros, se desejamos alargar nossa visão de mundo. A leitura em ônibus, em salas de café, ou em horário de descanso, já vem sendo incentivada em diversas cidades de nosso país. Quanto mais desenvolvida a região, mais as pessoas se dedicam a este tipo de atividade. Na verdade nós precisamos acabar com o analfabetismo, mas sobre tudo precisamos aprender a ler com regularidade, como hábito diário. Precisamos saber entender o que estamos lendo. Nossa colocação no ranking literário é vergonhosa.

Estou dizendo tudo isso, para convidá-lo a se comprometer a ler, durante este ano, um livro por mês. Pode ser de auto-ajuda, pode ser romance, pode ser literatura russa, francesa, japonesa ou a que quiser mas, ler. Isso sem dizer da Bíblia que é o livro de cabeceira do cristão. Você teria a coragem de ariscar? Somos capazes de comprometer a não comer, não falar da vida alheia, a dizer não para isso, aquilo, aquilo outro; porque não experimentamos dizer sim para a leitura? Ano passado já me comprometi com este tipo de hábito. Confesso que no começo foi tudo muito bem, mas à medida que o tempo foi passando já não estava mais cumprindo esta meta. Este ano estou recomeçando com o mesmo propósito. Não sei até aonde vai dar, mas estou me propondo, e isso já é um bom começo. Qualquer dia vou fazer um resumo bem resumido, ou simplesmente dar minha opinião a respeito dos livros que li no ano que passou. Talvez tenhamos a mesma opinião, ou não.

Ao final do ano teremos opiniões a respeito de muitos assuntos, teremos nosso modo próprio de ver o mundo, ao nosso redor, e dificilmente seremos os mesmos. Veremos que mudamos e foi para melhor, seja no mundo espiritual, político, das ciências, na convivência com as pessoas, etc. Quem sabe até ariscando a passar para literatura, opiniões e idéias que surgirem de um ano de aplicação ao hábito de ler. Acredite: tudo pode acontecer... Mãos à obra, porque se é preciso perseverança para a leitura, para a escrita mais ainda. Então Feliz Ano-Novo, que já não está tão novo assim.

Wanda. 5/01/2011

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