terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como ter esperança em meio a tanta tragédia?

Como uma árvore bem frondosa, enraizada e firme no solo deve ser a tal esperança no coração do homem. Esperança diz o dicionário: é a fé no futuro, é a confiança que devemos ter de que o Criador está atento à criação sempre com o intuito de nos favorecer. È assim que esperançosos, vislumbramos um novo tempo. Nossa vida terá um novo sentido quando podemos sonhar e ter esperança. Mesmo com as frustrações que poderão ocorrer, o sentido da esperança é dar sentido à vida. Ter esperança é um fator de vida para nós humanos. Mesmo atingidos pelos muitos acontecimentos que nos surpreendem durante a existência, a “arvore” da esperança não deverá morrer. Isto seria a morte prematura da própria pessoa atingida. Poderemos perder folhas e até galhos, mas sempre de algum modo aparecerá nova seiva refazendo tudo e trazendo novas esperanças. È a vida de Deus agindo no interior do homem. Porque temos esperança confiamos e agimos. Todo progresso que a humanidade conquistou, até nossos dias, vem de um sonho, uma esperança e uma força que nos leva a agir. Todo ser humano traz dentro de si esperanças em diversos sentidos da vida. Por mais que nos deparemos com as decepções, haverá o momento de brotar novas esperanças nos movendo a acreditar nas realizações de nossos sonhos.

Por mais que sejamos atingidos, depois da tempestade há de vir a bonança. Esta frase tão conhecida revela a esperança que eu e você temos que ter, sempre. Com esta quantidade de notícias desastrosas, que nos são trazidas diariamente, dificilmente estaremos esperançosos. Uma pessoa com as emoções e a afetividade normais diante dos fatos que nos são levados, deverá se sentir abalada, suas esperanças desequilibradas.

Os noticiários não se cansam de relatar tragédias que, no final das contas, nos atingem de uma maneira ou de outra. Para relatar as tragédias de um ponto ainda mais sombrio, e conquistar audiência, os repórteres não se acanham em invadir o sofrimento alheio. Sem nenhum constrangimento invadem vidas e locais e a desgraça alheia é exposta a todo instante. São mortes bem trágicas, pessoas desabrigadas, casas destruídas pela força da água ou do fogo, a fúria da natureza que está espalhada por todo planeta, sem que possamos fazer muita coisa. Não posso dizer que os noticiários sejam os culpados em nos trazer desesperança. Nós mesmos estamos sempre buscando notícias sensacionais e desejando estar mais informados a respeito desta ou daquela tragédia. Ficamos todos tentando responsabilizar alguém.

Os mais atacados são os políticos com suas promessas. Com ou sem culpa pouco fazem do que interessa realmente à população. Depois da tragédia sempre aparecem as promessas de verbas que nunca chegam e quando chegam estão atrasadas e pela metade. Nunca atendem com inteireza as necessidades dos atingidos. O consolo, com vistas a conquistar votos, está sempre rondando as tragédias, seja com a presença mesmo que demorada, seja por telefone, eles se fazem presentes. O que dá gosto em ver é mesmo a solidariedade do povo brasileiro. Os voluntários surgem de todos os lados e são os que realmente vão ao âmago da questão. Apoio, mangas arregaçadas, força, consolo, ajuda material na medida do possível. Isto sim, nos da esperanças e nos conforta de alguma maneira. Buscar culpados me faz pensar sempre nas muitas tragédias que não aconteceram. Quem as evitou? Porque umas acontecem e outras não? Quem é o culpado de tais fatos acontecerem e outros não?

Estou me lembrando da arca de Noé flutuando sobre uma humanidade corrompida diante do Criador. O sofrimento daquele povo, por mais corrompido que fosse não foi menor do que o que humanidade está passando hoje. Em vista do sofrimento do povo Deus prometeu que não haveria mais dilúvio na face da terra. Um “arco-íris” precisa aparecer nos céus, Deus precisa se lembrar de sua promessa, para que haja, ainda, esperança no coração dos homens.

Wanda Teresa Lemos Paiva

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