quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Completando André Lorieri

Postei, no mês de julho, André Lorieri e sua música. Estou agora aqui postando um texto escrito pelo meu amigo e médico Dr. Felipe Gannan. Está saindo também no jornal para o qual ele escreve, geralmante sobre  filhos de São Lourenço. André nasceu em São Lourenço por ocasião de um serviço de seu pai na cidade. Sua vida foi boa parte em São Gonçalo e pelas suas andanças pelo mundo, em apresentações. 

Dr. Felipe escreveu:
                                                             
Agora transcrevo alguma coisa do folder do Memorial André Lorieri:

André Lorieri foi um homem público, em diversos sentidos: tornou-se cantor lírico profissional e construiu uma carreira relevante no cenário lírico nacional, sobretudo, carreira que muitos de seus conterrâneos e compatriotas desconhecem. Cantou papéis principais de óperas nos teatros mais importantes do Brasil; participou de inúmeros concertos, recitais, concursos de canto, tendo sido laureado com importantes premiações em diversas ocasiões. São incontáveis os registros de seu trabalho em vídeos, arquivos sonoros, em veículos de imprensa escrita de todo o Brasil. Seu nome está incluído no Dicionário Internacional de Ópera, de Charles Osbourne.

André foi fundador e dirigente da Associação Artística AMAR, que congregou mais de uma centena de crianças, adolescentes, adultos e idosos, durante alguns anos da década de 80, apresentando seu canto coral em diversas localidades, em programas de televisão e tendo seu trabalho imortalizado em um disco de músicas folclóricas nacionais e internacionais. Foi professor de Canto Coral e de Canto Individual do CEMPA, Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, de 1985 a 2000.

Em São Gonçalo do Sapucaí, foi vereador entre 1983 e 1988 e suas preocupações na vida política sempre estiveram centradas em elevar o nome da cidade, dar destaque às pessoas que contribuíram de todas as formas para seu desenvolvimento e criar equipamentos sócioculturais que incrementassem a cultura local.

A família de André, nas pessoas de esposa e filha, Rosa Mattar Lorieri e Amarilli Mattar Lorieri, respectivamente, quer levar à frente o maior de todos os seus ideais: transmitir conhecimento adquirido, ampliar horizontes, especialmente pela música e pela arte em madeira.

Entre outras coisas a seu respeito no farto material enviado por Dona Rosa, destaco que André obteve o título de a mais bela voz nacional ao participar do Primeiro Concurso de Canto Lírico no Estado de São Paulo, promovido pelo Teatro Lírico de Equipe e Secretaria de Cultura, em 1972, recebendo a Medalha Anchieta.

Apresentou-se até o ano de 2003 em muitos locais no Brasil: Palácio das Artes, Minas Tênis Clube, Teatro Municipal de São Paulo, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Teatro Carlos Gomes,de Vitória, Espírito Santo, Teatro Guaíra de Curitiba, Teatro Nacional de Brasília, Teatro Municipal de Pouso Alegre. No exterior, em dezembro de 1981, cantou na Catedral de Saint Patrick, em Nova Iorque e o Fantástico da TV Globo transmitiu.

Trabalhou com diversos diretores artísticos, entre eles, Eleazar de Carvalho, Francisco Mairink, Alberto P. Fonseca, Amauri Vieira, Elza do Val Gomes e muitos outros.

Repertório realizado: 15 óperas, cantatas, oratórios, etc. Vencedor de dois concursos de canto, no Rio de Janeiro e São Paulo. Fez 3 gravações. Estudou em São Paulo com Marcel Klass e foi também diplomado pelo Conservatório de Pouso Alegre, onde trabalhou por mais de 25 anos. Em 1996 obliterou o primeiro selo comemorativo do Centenário da Morte de Antônio Carlos Gomes, em cerimônia realizada em Pouso Alegre, a convite da Empresa de Correios e Telégrafos. Completou em 2003, 50 anos de carreira artística.

André ― que recebeu o título de Cidadão Honorário de São Gonçalo de Sapucaí ― teve um sonho não realizado: quis apresentar-se um dia em São Lourenço, terra que o viu nascer. Contatando autoridades da época, não houve nenhuma receptividade. E jamais nenhuma outra autoridade manifestou interesse em trazê-lo aqui, alguns porque talvez ignorassem o fato, como eu, e outros, quem sabe? ― por falta de interesse mesmo. Impressionante como grande parte das pessoas não dão à História e à Cultura o valor que deveria ser dado.

Talvez fosse hora de nossas autoridades, especialmente a Fumdec corrigissem o grande erro que se fez com ele no passado e programassem uma homenagem, convidando sua esposa e filha.

A grande maioria dos artistas e idealistas só tem seu valor reconhecido depois de mortos, o que é triste.

Acredito que poucas pessoas em São Lourenço soubessem de sua existência e que ela era nascido aqui. Por isso procurei resgatar sua história para que as gerações futuras conheçam um pouco desse ilustre sãolourenciano.
Dr. Felipe Gannan

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