domingo, 18 de julho de 2010

Nós, os Governantes e a Política

A última eleição foi a eleição da conscientização da importância do voto. A divulgação deste assunto pela Tv aberta, o meio de comunicação mais popular hoje em dia, foi de saturação. Não podemos colocar defeitos, porque na verdade as mensagens foram muito bem elaboradas, com palavreado ao alcance de todos e incisivas. Nunca houve tanta informação à respeito da importância do voto, da escolha bem feita, dos benefícios e prejuízo trazidos pela nossa boa ou errada escolha. Eu mesma, durante meses, escrevi para um jornal local, esclarecendo como a política pode impactar o município para o desenvolvimento ou para a estagnação. Dizia meu velho pai, político de sangue, assim como eu: ”A política é a vida do município”.

A escolha dos governantes está nas mãos do povo. Quanto mais observarmos, ouvirmos, nos informarmos à respeito dos candidatos, mais chances teremos de fazermos nossas escolhas bem feitas. Não podemos deixar nossa decepção com a política, ou nossas falsas idéias a respeito de governos e nossos governantes, influenciarem em nossas novas escolhas. É a nossa vida comunitária e a de muitos que nos cercam que está em jogo. É preciso uma observação mais apurada para que não sejamos envolvidos por palavras enganadoras. É preciso saber o que na verdade é um pais desenvolvido. É importante participar. Os caminhos de nossa nação estão em nossas mãos! Acreditemos nesta afirmação.

O que vejo, ouço e observo levou-me a desencantar desta nobre atividade. Ao se aproximar mais uma eleição, não resisto a decisão de não mais falar sobre o assunto e começo a pensar na responsabilidade de alertar, de fazer ver e perceber, quanto estamos envolvidos nas decisões dos políticos e o quanto precisamos discernir o “joio do trigo” se é que poderemos ainda encontra o “trigo”. Vamos procurar com vontade de encontrar, para o nosso próprio bem.

Os desgovernos acontecem por diversos motivos, vou enumerar alguns:

.A dificuldade, que é na realidade, o ato de governar seriamente um país continental, de tomar decisões acertadas que influenciem positivamente na vida de um povo tão diversificado em sua área territorial e em suas necessidades.

.O desrespeito dos governantes antiéticos, sem a sensibilidade necessária para governar à favor do povo, sem ter a consciência exata de sua posição tomam medidas a favor de si próprios, ao invés de tomarem decisões em favor da população.

.A falta de comprometimento do povo com os governantes e vice- versa. Não há o sentimento de cumplicidade, de entrosamento, de espírito comunitário.

.A priorização equivocada das importâncias. Aliás, parece-me que o que importa não interessa e o que interessa não vem ao caso.

.As facilidades para desvirtuar verbas, prioridades, projetos, são chocantes. Apenas em épocas de eleições as medidas acertadas começam a aparecer.

.As inúmeras dificuldades encontradas para se concretizar projetos sérios e que sejam de verdadeiro benefício para todos.

Se hoje estamos contabilizando algum progresso, mais se deve ao esforço do povo do que ações e projetos bem elaborados do governo. Nós que vivemos em áreas de grande atividade rural, podemos mais que todos os brasileiros constatar a incrível falta de investimento nesta área. Áreas que poderiam estar promovendo o desenvolvimento do país deixam seus moradores, que antes eram latifundiários de grande desenvolvimento, hoje, em sérias dificuldades. Lutam para manter seus patrimônios. Uns conseguem, outros se desencantam e partem para novas atividades.

O povo precisa de educação. Este é um ponto crucial para o desenvolvimento. Em nossa região não podemos dizer que este ponto está negligenciado. A educação, porém, deverá ser de qualidade. Os jovens, em sua maioria, têm procurado instrução. Sinto que deverá haver mais capacitação de mestres e preparo por parte dos alunos que deverão ser mais cobrados. É o ensino que vai nos levar a ascensão como povo de uma nação que quer ser (num dia bem próximo) uma nação desenvolvida.

Os atos externos, para nos fazer reconhecidos pelo mundo, poderiam ser reduzidos, se as atenções fossem voltadas para a formação de um povo forte e decidido a dar um rumo digno à sua vida e ao seu país. Nesta formação estariam, além da verdadeira erradicação da miséria econômica e intelectual, a assistência á saúde e as necessidades de comunicação e melhoria de vida à que todos têm direito.

Estaríamos bem melhores aos olhos do mundo se a gangrena da corrupção não fosse a tônica da política, nos envergonhando diante dos olhos do mundo.

Nossa imagem como povo, estaria por si só, falando à nosso favor se soubéssemos levantar nossa bandeira de indignação contra os impostos exagerados e mal empregados, contra as esmolas distribuídas como “benesses” a desejar votos, inebriando e anestesiando mentes. O reconhecimento em salários dignos, sim, seria uma forma de tornar forte um povo que trabalha e deseja ser reconhecido.

Se nosso povo descobrisse a força e o poder do espírito comunitário, da seriedade nas atitudes e resoluções concretas à favor de todos, das exigências que este povo deve e pode tomar, daríamos um novo rumo ao nosso país.

São estas, e mais algumas atitudes, que mudariam a nossa cara e o modo de se fazer reconhecido e respeitado pelo mundo. Tornaríamos um povo forte, capaz de traçar o seu próprio destino com confiança e destemor.

O esforço único sem retratar a nossa verdade, só poderá levar a sermos alvo de chacotas, quando forem retratadas as nossas condições verdadeiras de vida.

A missão do bom governante é impulsionar o povo a fazer o seu desenvolvimento, oferecendo-lhes condições necessárias para tal. Missão esta que vejo negligenciada, não por ignorância, mas por omissão ou por ter se perdido o foco se é que um dia este foco “o povo” esteve no lugar de verdade. O que é perceptível é que todos, sem exceção, querem e trabalham para estarem sempre no poder.

Feliz quem pode viver no tempo em que os governantes, trabalhando com desprendimento, sem remuneração, estavam realmente interessados em atender às necessidades do povo e ao desenvolvimento do país.

Wanda 15/06/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário