quarta-feira, 7 de julho de 2010

Alhos e bugalhos

É muito bom estarmos vivendo o tempo presente. Estamos vivendo um tempo de abundância de informações e conhecimentos. Para quem deseja pautar sua vida embasada em verdades, naquilo que nos enriquece como ser humano, o momento é esse. Todos os meios de comunicação, as leituras específicas, os ensinamentos, estão por toda parte, basta querer. Basta um sinal verde de nossa parte e imediatamente estarão ao nosso alcance em livros, pela Tv, pela internet as mais variadas formas de ensinamentos. Poderemos, se desejarmos, saciar nosso interior sempre tão inquieto à procura das verdades que nos estruturam como ser espiritual. O contraditório é que, também do outro lado, quando estamos vivendo, a vida conforme o mundo exige, desejando satisfazer o nosso ego, nunca os apelos foram tão fortes como nos dias de hoje.
Temos a nosso dispor, com fartura: sabedoria do mundo, sabedoria de Deus, verdades e mentiras, alhos e bugalhos. Somos atraídos, fortemente, tanto para buscarmos as benesses oferecidas pelos céus, como para buscarmos as oportunidades oferecidas pelo mundo, pelo agora de nossas vidas. Torna-se assim imprescindível que saibamos distinguir o alho do bugalho. Todos nós já ouvimos esta expressão. Vamos então especificar melhor. O alho tem aquelas cascas que vamos tirando à medida que queremos chegar ao miolo, no alho propriamente dito. A casca nos lembra o alho, cheira alho, mas não é alho. O miolo, o que está no interior é realmente o alho. Em nossa vida agimos desta maneira: ou nos apegamos ao bugalho ou nos apegamos ao alho. Uns estão apegados ao “bugalho” quando se apegam à superficialidade da vida. Outros, diremos que, se apegam ao “alho” propriamente dito, são os que conseguem descobrir seu interior. Poderíamos continuar esta reflexão estabelecendo o que seria alho e bugalho em nossas vidas...
Nosso interior sempre terá resposta à favor da vida, do viver construtivo, da verdade, da confiança, da esperança, em fim da felicidade que queremos trazer para nosso viver. Porém é preciso esforço para poder alcançar-lo e desfrutar de seus benefícios. Em nosso interior encontramos bem protegidas e guardadas a verdade de nós mesmos e a verdadeira vida. O que trazemos em nosso exterior é sempre mais aquecível, envolvido pelos nossos sentidos e mais fácil de ser alcançado. Porém não podemos nos esquecer: nosso exterior é apenas o cheiro da verdadeira vida que está guardada em Deus nosso Criador. Aí estão guardadas as verdades, a sabedoria, o entendimento e as coisas importantes referentes a Deus e aos homens. Por aí fazemos contacto com o Criador. Neste lugar, e em nenhum outro, encontramos a razão da existência, o sentido da vida, o caminho que nos leva a uma vida cheia de razão de ser, é por aí que tomamos decisões importantes para nosso viver. Aí encontraremos uma vida vitoriosa, além do mais importante: garantia da verdadeira vida que está por vir.
Muito complexo o ser humano! Uns logo ao despertar para a vida já conseguem encontrar em seu interior aquilo que lhe é próprio: muita vida e sentido para tudo. Muitos sem encontrar o caminho da vida verdadeira vão se apegando a “bugalhos”, as falsas verdades, até que um dia se canse e resolva fazer o caminho de seu interior. Aí invariavelmente encontrará vida em abundância. Enquanto não atingirmos nosso interior não vamos saber a diferença entre “alho e bugalho”. O que é também muito comum é nos apegarmos aos “bugalhos”, às falsas verdades do mundo e nunca chegarmos ao alho propriamente dito. O que alimenta, ilumina e traz paz ao nosso interior é a palavra de Deus e suas verdades. O que nos alimenta exteriormente são as ofertas do mundo. Sem passar pelo “bugalho” não chegaremos ao alho. Assim como sem passar pelo mundo não chegaremos aos céus. Aí está a sabedoria que teremos que adquirir: passar pelo mundo, com encantamento por tudo que nos rodeia, porque cheira vida. Mas, saber que a verdadeira vida está contida nos céus. Reservada para aqueles que souberem escolher o verdadeiro caminho da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário