terça-feira, 4 de outubro de 2011

O novo mundo, que nos “atropela”

Ontem, (3/10/11) foi niver de minha neta-afilhada. Depois de passar o dia todo esperando um número de telefone, para me comunicar, resolvi procurar outro modo, para que o dia tão esperado não passasse sem a manifestação da vó, que acumulou os cargos de vó e madrinha. Imediatamente, ao ligar para outra pessoa, fiquei me justificando por não ter me comunicado por outros meios mais rápidos e eficazes, que são os virtuais. Talvez fosse por aí que este cumprimento estivesse sendo esperado, por se tratar de uma jovem de 18 anos. Qual a justificativa convincente, por não ter usado o e-mail ou o face book, já que nos comunicamos outras vezes deste modo? Um dia todo, para se comunicar, neste mundo virtual é inadmissível nos tempos modernos.
Discretamente, sem que percebêssemos, as ligações telefônicas foram ficando mais escassas. Fazendo parte do passado. Eu, particularmente, gostei de, às 10 horas da noite, ouvir a voz de minha neta- afilhada e poder dizer em seus ouvidos o quanto a amo, desejar-lhe felicidades e bênçãos de Deus. Por essas e outras, que avós e mães têm sua preferência pelo telefone e netas e jovens optam pelos meios virtuais. Colocam o telefone numa opção bem inferior aos outros meios de comunicação.
Outro mecanismo bem usado, na modernidade, é o GPS. Este me atingiu de cheio. Fui durante muito tempo o GPS de minha cara-metade que, com sérias dificuldades para se direcionar, (característica da maior parte dos participantes do sexo forte). Seu senso de direção sempre foi zero. Não se acanhava em ficar perguntando de esquina, em esquina, para os pedestres, qual o caminho a seguir. Ato que desmoralizava a sabedoria da esposa - GPS. Mas também, já consegui perder meu carro em um estacionamento de shopping. Esse era o motivo de sempre estar confirmando com alguém.
Sem que percebêssemos, a modernidade foi pondo fim à tudo isso. Ainda aposentou aqueles enormes mapas que ficávamos consultando, horas a fio, sem serem tão precisos. Mas, eram o que tínhamos e nos dariam certa facilidade para chegarmos no lugar desejado. A precisão dos JPSs nos conduz a qualquer lugar do planeta, com indicações perfeitas e ares de filmes de ficção científica.
As pessoas mais vividas encontram mais dificuldades para mudanças e tudo que estamos assistindo é lhe mais difícil de assimilar. Mas é só ter a coragem e insistir porque o mundo virtual vai nos fazer analfabetos se não nos dispusermos a inseri-lo em nosso dia a dia.
Vejo a facilidade com que as pessoas, hoje em dia, se preparam para uma viagem. São as viagens, aéreas ou não, compradas via internet. As reservas em hotéis, que disponibilizam a navegação, via internet no interior dos hotéis, nos passeios que oferecem, e no conhecimento da cidade a ser visitada. Tudo para que os clientes saibam perfeitamente o que estão comprando e para onde vão. Podem ainda serem feitas reservas de passeios, restaurantes, cinemas, teatros, etc... Estaremos assim prevendo passo a passo nossa viagem. É uma caminhada virtual que além de nos trazer segurança, vai nos instigando a ir e conferir tudo de perto. Os gastos poderão ser todos calculados, evitando surpresas desagradáveis. Até bem pouco tempo, tudo isso só era feito, superficialmente, pela narrativa de alguém. Tudo era uma surpresa que, mesmo podendo ser agradável, nos deixava inseguros.
Poderia dizer ainda das compras virtuais... Dos cursos on line... Das enciclopédias aposentadas... E assim por diante.
Nossa posição não nos dá escolhas, ”se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.” Ter que aprender tanta coisa nova e inesperada não é muito confortável, para nós que já acumulamos muitos outros conhecimentos. Mas também, ficar à deriva não nos coloca em uma situação  agradável, então é aprender ou aprender.                               
                                                                  Wanda. 04/10/11




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